Ouça a entrevista na íntegra abaixo:
Vaidapé na Rua com Profeta (2015)
Descriminalização no STF, ACuCa, CONNABIS e as previsões cannábicas para o século XXI
“A maconha foi uma paixão”, assim o Profeta Verde define o início de sua luta pela normalização da cannabis. A normalização, ele explica, é um processo que expande a legalidade ou não da erva: “Mais do que descriminalizar ou legalizar a maconha, é normalizar o uso dela. É tornar ela uma coisa tão normal como você colocar açúcar no café, que são duas drogas”.
Em meio ao furor cannábico provocado pelo início do julgamento do RE 635.956 no STF, que pode descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal no Brasil, fui procurado pelos malucos da Vaidapé para participar de uma entrevista no programa Vaidapé na Rua. A entrevista foi excelente! A galera sabia do que estava falando, fizeram perguntas inteligentes que facilitaram uma exposição clara, direta e reta sobre o assunto, que foi tratado em tom lúdico sem deixar de lado a seriedade que lhe cabe.
Clique aqui para conferir a matéria no site da Vaidapé com trechos da entrevista. Copio abaixo alguns trechos para incentivar o clique:
“Você tem direito a fazer suas escolhas ainda que elas façam mal para você mesmo. Se eu quiser sair hoje e encher a pança de McDonalds, e isso me dá uma baita dor de barriga, o Estado não pode me incriminar porque eu decidi fazer algo ruim. É uma opção moral talvez, mas não legal.”
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“O profeta é verde mas ele gosta de todas as cores do arco-íris. Quando a gente tem uma experiência que é bacana e vive ela, a gente fala que ela foi bacana e que foi interessante em algum aspecto. O mais importante é a gente encarar e falar honestamente.”
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“Em primeiro lugar, a liberdade do indivíduo, a autonomia. A gente dar informação, suporte, subsídio para que cada cidadão possa fazer suas escolhas e saber o que é melhor para si. E depois dessas informações boas serem oferecidas, que cada um escolha a droga que quer usar e como usar. O que eu defendo é uma regulamentação de cada uma delas. Cada droga precisa ser cuidada de uma maneira diferente. A gente não vai dar pro Rivotril o mesmo tratamento que a gente dá para a Aspirina. A gente não vai dar para a maconha o mesmo tratamento que a gente dá para o crack ou a cocaína. Se a gente considerar que esse direito é do indivíduo e que as drogas existem, o ideal é a gente legalizar cada uma delas com um plano específico de legalização para cada uma.”
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“Foi mais um dos insights da erva que a gente nem sabe da onde vem, daí que eu vou acreditando em uma espiritualidade canábica. Em 2011, quando a gente fez a Marcha da Maconha, que foi duramente reprimida pela polícia, a gente falava pra galera: ‘não deixa de ir para a marcha porque você pode ser visto numa foto, pode sofrer processo. Põe uma fantasia, uma máscara’. E, naquela época, eu descolei um manto verde, uns dreads, um óculos escuro e saí pra marcha sem pensar em nada. Aquilo fez o maior sucesso, eu pensei: ‘porque não levar adiante?’. Aí eu usei esse personagem como meu perfil do Facebook e dei um nome. E para pensar no nome eu pensei: ‘a maconha vai ser a erva do próximo milênio’, então, é o Profeta Verde que vai trazer essa mensagem de que a maconha é a cura do século XXI. Depois eu descobri que isso facilita a comunicação com as pessoas, elas lembram com mais facilidade”